
A FAB (Força Aérea Brasileira) recebeu nessa quinta-feira (12) a 10ª aeronave F-39 Gripen da empresa sueca Saab. caça multimissão, que recebeu a matrícula FAB-4110, desembarcou em Navegantes (SC), após os 20 dias da viagem iniciada em Norrköping, na Suécia. O caça atravessou o Oceano Atlântico a bordo do navio holandês Fagelgracht, que atracou no Litoral Catarinense por volta das 16h.
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Segundo informações, este seria o último monoposto (um único lugar na aeronave) entregue diretamente das linhas de produção em Linkoping, ocupadas em produzir a partir de agora exclusivamente o biposto (oito exemplares), com o primeiro deles em avançado estágio construtivo e previsto para ser apresentado em 2026.
Todos os demais aviões monopostos serão montados, finalizados e testados em Gavião Peixoto (SP), na fábrica da Embraer, com o primeiro deles, totalmente “brasileiro”, previsto para ser entregue em novembro deste ano ostentando a matrícula FAB 4109.
“O F-39 Gripen é o vetor de primeira linha da Força Aérea Brasileira, podendo cumprir missões de defesa aérea, ataque ao solo e reconhecimento. A aeronave possui tecnologias de ponta, incluindo os mais modernos sistemas, sensores e armas para a operação em ambientes hostis e em cenários de combate complexos. Reconhecido pela eficiência, baixo custo de operação, elevada disponibilidade e capacidade tecnológica avançada, o caça é um importante salto qualitativo e tecnológico para a FAB”, informou a corporação.
Logística.
O F-39 Gripen foi retirado da embarcação em uma operação meticulosa, que envolveu diferentes organizações e especialidades da FAB. Este processo exige diversas documentações para a importação da aeronave, sendo feita exclusivamente pelo CTLA (Centro de Transporte Logístico da Aeronáutica).
"O que poucas pessoas imaginam é que os trabalhos iniciam dias antes com diversas coordenações com outros órgãos federais para viabilizar a liberação da aeronave, por meio de várias documentações de importação em um processo conhecido como desembaraço alfandegário, para, enfim, a retirada da aeronave do porto", explica o diretor do CTLA, coronel aviador Rodrigo Colaço Moreira.
Conforme destaca o delegado André Sette Câmara, da Alfândega do Porto de Itajaí, que abrange a atividade portuária de Navegantes, a atuação da fiscalização aduaneira é fundamental para assegurar a legalidade e a regularidade da operação.
“A chegada de uma aeronave estratégica como o F-39 Gripen envolve um rigoroso processo de controle aduaneiro, que garante o fiel cumprimento da legislação vigente e resguarda os interesses da soberania e da economia nacional”, ressalta.
Depois de retirado do navio, o caça ainda percorreu, por via terrestre, os cerca de dois quilômetros que separam o cais do porto e o Aeroporto de Navegantes.
Durante os próximos dias, o F-39 Gripen a por procedimentos técnicos, como instalação de assento ejetável e de kit de sobrevivência, abastecimento e preparo de acionamento em solo. Com mais esta etapa finalizada, a aeronave decolará rumo à Base Aérea de Anápolis, onde será incorporada à frota do Primeiro Grupo de Defesa Aérea - Esquadrão Jaguar.
Contrato.
Há dez anos, em 2014, o governo federal e a fabricante sueca Saab firmaram um contrato para a compra de 36 caças Gripen à Força Aérea Brasileira. São 28 aviões da categoria E (monoposto) e oito da F (biposto), que deveriam ser entregues até 2027, mas o prazo deve ser estendido.
O atraso deve acontecer pela falta de recursos orçamentários para o pagamento do negócio que foi fechado por 39,8 bilhões de coroas suecas — hoje equivalentes a pouco mais de R$ 23 bilhões. Há informações não confirmadas oficialmente de que a chegada da última aeronave deve acontecer apenas no início da década de 2030.